quarta-feira, 15 de julho de 2015

A Chegada

Foi já há quase uma semana que deixamos Portugal. Após 29h e uma paragem em Istambul, finalmente chegamos ao nosso destino - Accra.
Mal saímos do aeroporto deparamo-nos com uma longa multidão que esperava os passageiros do nosso voo. Três homens prontamente se "apoderaram" das nossas malas ainda antes de termos encontrado o representante da AIESEC  que nos iria buscar. Ainda desorientados corremos atrás das malas e percebemos que aqueles homens nada tinham que ver com a AIESEC, e que apenas queriam dinheiro por transportarem as malas. Após muita insistência e de termos ficado sem 11€ (quase que nos abriam as carteiras para tirar mais dinheiro), conseguimos entrar num taxi com o VP da AIESEC Legon, que nos levou até à casa de voluntários.
Em poucos minutos percebemos verdadeiramente o significado da expressão "Choque Cultural". O exterior da casa pareceu-nos bastante melhor que a maioria das casas que tinhamos visto durante o percurso. À porta uma mensagem mostrou-nos que teriamos de nos descalçar antes de entrar. Quando entramos encontramos uma sala vazia, com apenas alguns colchões e uma mesa, onde se fazem as refeições. Um grupo de 12 voluntários do Ghana, Nigéria, Costa do Marfim e Burkina Faso recebeu-nos amigavelmente, com muita disponibilidade e simpatia.
Quanto aos quartos, existem 4 na casa, com 2 beliches cada um. As "janelas" não têm vidro, apenas uma rede mosquiteira e uns lençois como cortinas, pelo que ninguém acorda depois das 6h30. A casa de banho é apenas composta por 2 compartimentos, um com uma sanita e um com uma torneira. Como não há água corrente usamos baldes para tomar banho e para enchermos o autoclismo de cada vez que vamos à casa de banho.
Nessa primeira noite fomos jantar spicy noodles cozinhados na rua, em pequenas barracas (aqui toda a comida é cozinhada e vendida em barraquinhas na rua, raramente se vê um restaurante ou café). Atravessamos várias ruas de terra e aprendemos que tinhamos de andar bastante atentos ou correríamos o risco de cair nas valetas dos esgotos que acompanham as ruas, principalmente de noite quando a luz é sobretudo dos faróis dos carros.
Nos dias seguintes, ficamos a perceber  que os cortes na electricidade são uma constante na zona onde estamos (aparentemente isto acontece para "gestão de recursos"). Na realidade se não comprassemos todos os dias combustível para usarmos um gerador, apenas teriamos electricidade em média 5h por dia. O nosso reservatório de água apenas dura 2 dias, pelo que há dias em que estamos muitas horas sem água. Há wi-fi na casa mas está "avariado" por tempo indeterminado, ou seja, não temos wi-fi (mesmo que tivessemos, nunca há electricidade :P). Por este motivo tivemos que comprar cartões de telemóvel e carregá-los para conseguirmos ter acesso à internet.
Apesar de tudo, podemos dizer que nos adaptamos rapidamente a estas condições (excepto as baratas e os mosquitos :P) e que estamos mesmo bem e felizes! Sentimo-nos sempre seguros, quer na casa quer na rua, e estamos completamente integrados no grupo de voluntários, que são muito atenciosos e preocupados com tudo. Mais importante, estamos ansiosos por fazer a diferença :)
Vamos tentando dar noticias e contar-vos o que fazemos por aqui.

Margarida Cerqueira
Rui Casimiro













4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Fotos muito fixes. As vassouras são porreiras - ideais para uma limpeza forte e profunda. Já agora...Será que uma carilada de aranhas substitui uma carilada de caranguejo?

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  3. Mirones, com essa vontade de ajudar, essas condições não vão ser problema!
    Mostra aí a raça C94 ����❤️

    Abraço,
    O teu Pai Francisco Cruz

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  4. Orgulho de padrinho e peúga ;) (sim, há pessoas a ler o blog)
    Muita muita força para isso, vocês conseguem, e não se preocupem, pois sei bem que odes fazer muita muita diferença ;)
    Go go go Miro e Cerk's ;)

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